segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Porque que a lesma e o caracol andam devagar?


     Todo mundo sabe que, com eles, não há pressa.
     Tanto é que quando alguém anda ou faz algo muito vagarosamente ganha logo o apelido de “lesma” ou “caracol”. Mas você já se perguntou porque que esses animais andam assim, tão devagarzinho?
     As lesmas e os caracóis deslocam-se vagarosamente porque seu movimento depende da ação de feixes musculares – ou, em outras palavras, de fibras musculares -, que se distendem e se contraem. Esses feixes musculares estão localizados na sola do pé desses animais.
     Talvez você nunca tenha reparado, mas uma importante característica dos moluscos é o seu pé. Sim, esses bichos também têm pé: uma estrutura na qual eles se apóiam e se deslocam cuja forma está quase sempre relacionada ao ambiente onde esses animais são encontrados. O pé das lesmas e dos caracóis, por exemplo, apresenta uma sola larga, para que esses moluscos possam se fixar ou se locomover sobre as mais diferentes superfícies, como muros, folhas, galhos, troncos de árvores e, até mesmo, áreas lisas.
     Pois bem! Nos pés das lesmas e dos caracóis, encontramos feixes musculares que se distendem de um modo vagaroso, de uma ponta a outra do pé. Ao se contrair e se distender, esses feixes musculares acabam vencendo a força adesiva exercida pela sola do pé desses animais sobre a superfície onde eles se encontram. Assim, ajudam as lesmas e os caracóis a se locomover. 
     A movimentação desses animais, no entanto, também é facilitada por uma substância que os próprios moluscos produzem. Dentro do pé das lesmas e dos caracóis, encontramos uma glândula, responsável  por produzir um muco. Esse muco é que facilita o andar desses animais. Com ele, o deslizamento se torna mais fácil, embora continue lento. Mas não se deixe enganar por essa baixa velocidade. Para você ter uma ideia, as lesmas e os caracóis são capazes de fugir do terrário – o local  onde os cientistas os deixam no laboratório – logo que encontram qualquer  abertura por onde possam passar, e muitas vezes os pesquisadores nem percebem. Só dão falta deles quando já estão longe ou escondidos em algum canto mais úmido e escuro.

                                                         Norma salgado,
                                                           Museu nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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